quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A brincar é que a gente (pequena) se entende #6 / Grandes livros para pequenos leitores #6 - Rato do Campo e Rato da Cidade

Gosto de livros infantis (nota-se). Gosto muito. Comprei o primeiro livro para o meu filho quando estava grávida e sempre que posso ofereço-lhe um. Gostava de comprar, pelo menos, 1 livro por mês, mas nem sempre é possível. Por vezes, os que gosto ou os que idealizo comprar (alusivos a alguma época especial, por exemplo) são mais caros; existem outras prioridades e acabo por abdicar desta compra. Assim sendo, não posso dizer que exista, por estas bandas, uma periodicidade definida para comprar livros. Mas se eu pudesse... Ai, se eu pudesse tinha uma Biblioteca Infantil e todos os Sábados convidava amigos para usufruírem da preciosidade deste sítio encantado e imaginado. Inventava brincadeiras e cantos especiais:
1º) Construía uma mini loja. No dia da inauguração entregava 4 notas (de brincar) a cada criança convidada e cada uma delas podia comprar (ficticiamente) 4 livros por mês - se a criança comprasse os 4 livros no primeiro dia do mês, teria de aguardar pelo próximo para realizar novas compras. Cada criança teria de devolver todos os livros até ao final de cada mês - por cada livro devolvido, a criança recebia uma nota. Este espaço teria uma caixa registadora, papel de embrulho, tesoura e fita cola, de maneira a que as crianças pudessem simular o trabalho numa livraria. Os colaboradores da livraria seriam rotativos (não podiam ser sempre os mesmos).
2º) Criava o Dia da Troca, em que cada criança trazia 1 livro para emprestar. Em troca, levava um para ler durante um determinado período de tempo.
3º) Criava um espaço livre, no qual cada criança usufruía dos livros da forma que quisesse.
4º) Criava a hora do Cinema, com filmes diferentes todas as semanas.
5º) Criava o Dia do Conto, em que cada criança, individualmente ou em grupo, contava uma história.
6º) ...

No outro dia, chamou-me a atenção um expositor de livros no Pingo Doce com alguns contos tradicionais. Procurei entre os mais baratos e deparei-me com a história "Rato do Campo e Rato da Cidade". Esta história é-me especial; fiz uma dramatização desta história, com uma colega de escola, numa caixa de cartão e lembro-me bem do gozo que a preparação disto nos deu. Também nos deu trabalho (fazer o cenário, as personagens, ensaiar o manuseamento das personagens e os diálogos), mas valeu a pena. O objetivo era reproduzir uma história de Alice Vieira e a nossa escolha recaiu sobre este livro: 


Esta versão da história começa com cada um dos Ratos a imaginar como seria viver no lugar do outro - o do Campo imagina como seria viver na Cidade, o da Cidade suspira por viver no Campo. Um dia, decidem trocar de lugar, vivem novas experiências e deparam-se com perigos que, até àquele momento, desconheciam. No final, anuem que viajar é bom, mas o melhor de tudo é regressar a casa. Quem viaja muito (não é bem o meu caso) conhece esta sensação. Também nos pode levar à conclusão de que o que já temos é, efetivamente, o mais importante para nós. Da mesma maneira que nos pode levar a valorizar mais o que temos e menos o que não temos. Julgo que pode ter várias interpretações e transmitir várias mensagens. Para além da dramatização, julgo que uma discussão acerca das hipotéticas interpretações da história pode ser uma atividade enriquecedora.
Voltando à prateleira do supermercado, como não tenho este livro (requisitei-o na biblioteca na altura em que fiz a dramatização), comprei-o naquele dia. A mensagem transmitida pode ser a mesma, mas há diferenças: apenas o Rato do Campo viaja para a cidade, no seguimento de um convite feito pelo seu amigo, Rato da Cidade. Gosto do livro, o meu filho adora-o, pede-me várias vezes para o ler, no entanto, tenho um carinho especial pela primeira versão, a de Alice Vieira, talvez porque foi a primeira que li.
Da coleção "Histórias de Encantar" do Pingo Doce, para além deste, temos o Pinóquio e o João sem medo. São livros que custam menos de 3€ e, desta forma, não há desculpa para não comprar um livro por mês. Comprei dois no mesmo dia e o pai, entretanto, já comprou o terceiro. Cada livro traz um CD com a narração da história, mas confesso que prefiro ser eu a lê-la. Gostei de descobrir esta coleção, gosto das ilustrações, adoro Contos Tradicionais. Tenho de encontrar o dos Três Porquinhos.

Conto aqui como me encantei pela Literatura Infantil.

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